09 julho, 2012

Por que a psicopatia assusta tanto?



Em um dos episódios do CSI Las Vegas, sétima temporada- intitulado Boneca Viva. A identidade da psicopata serial Natalie Davis é revelada. Seus crimes chocavam pelo requinte de detalhes, premeditação, paciência e a frieza com a qual os estudava; chegando a recriá-los em miniaturas para depois executá-los na íntegra conforme havia planejado nas miniaturas que pacientemente moldava e montava no seu protótipo da cena do crime.

O que mais surpreende, é que a "angelical" Natalie, sempre esteve presente dentro do laboratório de criminalística, estando totalmente "por dentro" de todas as medidas e linhas de investigação que tomava o próprio caso. O que mais causa espanto, é a constatação de que os psicopatas estão entre nós. E a certeza de que tal desvio comportamental não é raro, acomete um número significativo de pessoas e para piorar ainda mais a situação- o que nos difere de um psicopata é a nossa capacidade de sentir empatia pelo outro (se colocar no lugar do outro), as qualidades dos vínculos afetivos que mantemos com o mundo à nossa volta ao longo da nossa história de vida.

Em linhas gerais, o psicopata é aquela pessoa que em algum momento da vida apresentou uma falha no seu desenvolvimento moral, ético e principalmente, em sua consciência- que na psicopatia está sempre comprometida ao ponto de não conseguir separar os prós e contras das suas atitudes tanto em relação aos outros quanto em relação a si mesmo. Em seu comportamento não há culpa e suas ações são negligentes no que tange às regras sociais. Por tais motivos que se qualificam esses comportamentos como uma "deficiência significativa de empatia."

Talvez você esteja pensando: "Então é super fácil identificar um psicopata?" Sinto em informar mas, se ficou tal sensação com a respectiva leitura do parágrafo anterior tal sensação não é verdadeira. Pois os psicopatas são verdadeiros atores da vida real. Seus comportamentos são tão articulados e calculados que passam boa parte da vida "infiltrados" no seio da sociedade.

Alguns casam, têm filhos, se formam e levam uma vida rotineiramente normal, etc. Mas se o seu comportamento em algum momento da vida se alterar (reverter em condutas criminosas) seja por algum motivo vindo de um agente psico estressor - como perda de um emprego, perda de status, profundo sentimento de raiva, vingança, inveja, ciúmes, etc. Tal pessoa poderá como muitos dizem "de uma hora pra outra" se tornar um assassino com perfil meticuloso, premeditado, paciente e extremamente sagaz.

O que quase ninguém vincula na mídia quando apresenta os "psicopatas nossos de cada dia" é que tal traço de comportamento já estava presente no indivíduo durante toda a sua formação e que em algum momento se tornou notório. Seja no colégio, em casa, no trabalho, e que não houve a devida investigação do mesmo fazendo com que tal conduta fosse "esquecida" no meio do repertório de comportamentos da pessoa. Mas se ela se sentir "sem saída" poderá recorrer aos mesmos.

A psicopatia é um tema de extrema relevância dentro da psicologia forense, já que os psicopatas quase sempre se inclinam para ações criminosas. Os indivíduos que assim procedem preenchem o mesmo "esqueleto" de padrão comportamental: não sentem culpa, remorso, não apresentam nenhum grau de sensibilidade com a dor alheia (tanto de ordem física e/ou psíquica). E são incapazes de se colocar no lugar do outro. 

Mas estão em todas as camadas sociais. São homens, mulheres e crianças que em uma situação rotineira, cotidiana e sob a análise de um olhar apressado não passam de pessoas "normais" que circulam entre nós todos os dias, em todos os lugares, em todos os eventos. Até o dia em que podem ou não levantar algum tipo de suspeita.

Talvez você possa estar novamente se perguntando: "Mas tem cura?" A resposta está em meio ao nosso sistema judicial- solte um psicopata e espere o momento e a oportunidade para que ele cometa os mesmos crimes, com a mesma frieza e, muitas vezes por motivações tão "tolas" que nunca justificariam aquela conduta tão cheia de ira. 

Mais cedo ou mais tarde eles sempre retornam às grades, sempre com o mesmo histórico de agressões, mortes, tragédias, etc. Não há nenhum psicopata na história policial que fora preso por excesso de amor, bondade e que constrangesse o outro por seu comportamento gentil, doce e cordial. São todos quando (inclinados a uma vida de crimes)- criminosos em potencial, feras com feições humanas- monstros que aprenderam a falar e a imitar o comportamento social vigente na sua cultura. Mas mesmo agindo assim são incapazes de entender, decodificar e quantificar as emoções humanas. Pois em suas mentes as mesmas não passam de um mero conjunto de definições. E definições não têm vida...

Por Dani Souza 

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(nota) O presente texto não tem embasamento científico, nem parâmetros baseados em pesquisas que validem a utilização do mesmo para reforçar possíveis teses em casos de estudantes de advocacia que estejam em fase de confecção de TCC. A autora não goza de titulação na área forense.




                    Psicopatas - Amaury Jr. Show - Ana Beatriz Silva


03 julho, 2012

Por que é tão difícil parar de fumar?



A nicotina é conhecida como uma substância ativa do tabaco. Enquanto fármaco sua aplicação é no auxílio do tratamento da suspensão do cigarro quando a mesma é utilizada na forma de gomas de mascar e adesivos. A nicotina é estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC). 

Quando associada ao alcatrão e ao monóxido de carbono (químicas adicionadas ao cigarro). A nicotina tem o seu poder de ação potencializada e representa fator de risco para as pessoas que têm problemas cardíacos e/ou pulmonares, alguns tipos de tumores e tantas outras doenças que são agravadas pelo uso contínuo do cigarro.

Uma das maiores dificuldades encontradas na extinção do comportamento de fumar, encontra-se justamente na ruptura abrupta que muitas pessoas se submetem (sem ajuda profissional) entre o hábito (fumar é um ritual de trejeitos e comportamentos) e a rotina (o cigarro se enquadra dentro do contexto diário da pessoa). 

A suspensão abrupta, está associada aos casos de recaída e de insucesso na luta contra o cigarro, uma vez que há uma dependência que além de física se estende para a psíquica. Pois é comum que os fumantes lembrem com mais frequencia do cigarro nas pequenas pausas para descansar, antes ou depois do café, ou o acedam simplesmente para relaxar- nos momentos em que há maior ansiedade e estresse.

Romper com tais hábitos e comportamentos é que será, em boa parte, decisivo para o sucesso do tratamento. A maneira mais rápida, eficiente e que produz baixo índice de recaída, é a associação entre psicoterapia acrescido do tratamento farmacológico.

As gomas de mascar, os adesivos para colar na pele têm nicotina e mostram-se eficazes para reduzir os sintomas da retirada abrupta do cigarro: insônia, dificuldades de concentração, dor de cabeça, irritação e ansiedade. Por tais motivos é que a dependência física/psíquica desenvolvida pela nicotina é considerada grave e se instala rapidamente tornando a sua retirada tão complicada, dolorosa e com impactos diversos sobre a saúde global do indivíduo.

Se você está tentando parar de fumar saiba que a caminhada não será fácil. A prática clínica nos mostra que tal processo quando encarado sozinho tende a ser causador de ansiedade, contribui para o aumento da baixa estima por si mesmo e desperta sensações de incapacidade de gerenciar a própria vida. Uma vez que as pessoas tendem a se sentir "controladas pelo cigarro."

Só você pode romper com este ciclo vicioso entre a culpa por fumar e o desejo de parar. Busque ajuda de um profissional da área médica, procure por ajuda psicológica e se dê uma chance para desta vez trilhar o caminho mais assertivo na luta contra o tabagismo. Você não está sozinho(a) nesta luta, há várias políticas públicas em prol da sua causa. Esteja preparado para vencer e retomar as rédias da sua vida, sucesso na sua caminhada. 


Por Dani Souza



Espaço Documentário- 
Tabagismo (2012)