12 janeiro, 2012

Estresse Infantil



Foi-se o tempo em que a infância era sinônimo de liberdade, de poucas, senão nenhuma responsabilidade. E a grande preocupação que assombrava a mente infantil nas décadas de 80 e 90 era como "gastar" o tempo de quase um dia inteiro em brincadeiras. 
Na verdade, ser criança nas referidas décadas não era uma tarefa pra lá de difícil. Tanto a escola, quanto a família se preocupavam muito em proporcionar à criança um verdadeiro espaço de interação com o outro; brincar era o lema, mas sempre havia a preocupação em "passar" para a criança valores morais e nada melhor que as fábulas para ilustrar padrões de comportamento desejáveis a serem seguidos pelas crianças.
Quem não conheceu o leão e o rato; a raposa e as uvas? Ambas tanto encantavam quanto ensinavam a fraternidade; a amizade; o amor ao próximo, etc. É os tempos mudaram, as brincadeiras que tanto enfatizavem o compartilhar, estimulavam as relações sociais e "queimava" grande parte da energia acumulada nas crianças, hoje apresentam uma nova forma para interagir, uma forma mais tecnológica, onde  a criatividade é delegada a segundo plano e entram em cena a agilidade no clicar, na facilidade em entender imagens que são dispostas em flashs. Entender tal contexto mostra-se se não eficiente, necessário para uma boa lida nos ambientes virtuais dos jogos em 3D.
E aí os pais que já foram crianças se preocupam com os seus filhos e de uma forma apressada, adiantam-se aos desejos dos mesmos e começam a ofertar uma variedade de atividades aos pequenos. Não é raro encontrarmos crianças na faixa etária dos (4, 5 e 6 anos) sendo submetidas a rotinas extremamente estressantes.
Nesta faixa etária a preocupação dos pequenos já vai além dos deveres da escola e estende-se para as escolinhas de futebol, escolinhas de modelo, aulas de dança, inglês e informática. E assim, ser criança nos dias atuais passa a ser um treinamento, uma preparação para darmos conta da atual demanda do mundo competitivo.
Ouço com relativa frequência dos pais: "Mas como posso educar meu filho para vencer no amanhã?" ou "Tem que começar desde agora a aprender que vence quem é o mais forte." E nesta angustiante constatação vamos todos nós: Psicólogos, Pedagogos, Educadores e pais de encontro a uma triste constatação - a de que a velha e boa infância como hora conhecemos não faz mais parte de nossas realidades e nem mesmo a "criança moderna" a aceitaria em seu molde ingênuo e criativo.
O lema hoje não está pautado em buscar uma melhor qualidade de vida seja na infância, na adolescência ou na fase adulta; o lema é acostumar-se a viver em ambientes extremamente adoecedores seja nas relações, seja nas próprias instalações (infra-estrutura) que extrai gradativamente o humano do seu habitat natural (o social) e o converte e aprisiona em  condomínios fechados, câmeras, cerca elétrica e assim em meio a um misto de medo e insegurança não deixamos mais nossas crianças brincarem com os filhos da vizinha - que muitas vezes nem conhecemos. E aí eu te pergunto: Você ainda duvida que criança tem estresse?

Daniele P. de Souza

11 janeiro, 2012

O estresse e suas faces

Falar em estresse atualmente até parece sinônimo de "bem estar comum." Visto que o mesmo já está tão presente entre nós que nem mesmo as crianças escapam. O que poucos sabem é que o  estresse é um estado normal do organismo responsável por trazer mudanças e fazer com que o indivíduo se adapte as constantes exigências do meio.
O problema está na ausência da equilibração do mesmo. 
Pois o estresse é o responsável direto e está por trás de vários sintomas como: perda de cabelo, problemas de pele como herpes, psoríase e vitiligo que são alguns dos exemplos de doenças de "fundo emocional."
  
E como o estresse desequilibra o organismo como um todo; tais patologias encontram um terreno fértil para eclodirem na presença do estresse vinculado a baixa no sistema imunológico. 

O modo de vida atual "força" o homem moderno a viver sempre na fronteira entre - o normal e o patológico; a cura e a doença; o equilíbrio e o desequilíbrio constantemente, etc.

Portanto, basta dar uma olhada no contexto político-social de outros países para constatar que a "crise" dos tempos modernos não respeita fronteiras e acomete a todos levando a população a reagir a tais mudanças em todos os contextos, até os familiares. 

Não há tempo hábil para "digerir" tamanho mal-estar, a saída parece estar em fazer o que temos feito aqui no Brasil, esperar e confiar na dialética.Pois como diria Lulu Santos:"Tudo passa, tudo sempre passará."Então, que assim seja! e que estes tempos ruins não acometam com a mesma perversidade a geração seguinte. Pois os tempos atuais estão insanos demais para reproduzirmos seus feitos.



Daniele P. de Souza