De posse da escuta dos pais, do retorno do colégio e do auto-relato da própria pessoa envolvida na questão, percebe-se que através da observação direta e indireta do comportamento nota-se que os efeitos dos medicamentos estimulantes sobre o comportamento implicam no aumento da atenção, na redução da impulsividade e um maior controle sobre a atividade motora.
Do ponto de vista dos pais e familiares mais próximos à criança e/ou adolescente afirmam que os mesmos tendem a ter maior facilidade em manter um comportamento mais organizado (em termos de agitação) e há um maior poder de tolerância contra eventos antes percebidos como frustrantes- como ouvir um não, por exemplo.
Do ponto de vista do colégio, os estudantes mostram-se mais propensos a completar seus trabalhos escolares com maior assertividade, mostram-se mais tolerantes, obedientes em relação às regras e atividades propostas em ambiente de sala de aula. Relatam observar uma significativa diminuição dos comportamentos agressivos.
Do ponto de vista do adolescente / adulto, o discurso aponta para o reconhecimento das melhorias comportamentais citadas acima. Mas com um diferencial- a percepção de efeitos colaterais. Sendo os frequentemente relatados (insônia e/ou redução do apetite).
Às vezes, observa-se que, na maior parte dos casos os efeitos sobre o sono e o apetite se apresentam de forma leve e não se exige e nem é recomendado a interrupção do tratamento.
O que se faz digno de nota no tratamento medicamentoso é que há "altos e baixos" no comportamento da pessoa. Visto que a vida útil do medicamento no organismo é estimado em cerca de 3 a 4 horas após a ingestão. Período no qual são observadas as melhorias comportamentais citadas acima.
Findo o período, observa-se que o comportamento global da pessoa volta a atingir índices "normais" observados antes da administração do medicamento. Ou seja, retornam-se os sintomas da mesma forma e intensidade como sempre se apresentaram.
É justamente nesse momento em que a Psicoterapia tem a sua parcela de contribuição no manejo do TDAH. Quando se apresenta uma estagnação do comportamento observado mesmo com a utilização do medicamento.
Não raro os pais, educadores, profissionais da saúde e a própria pessoa começam a observar algum nível de sofrimento psíquico oriundos de outras questões como- Ansiedade de Separação, Fobias; Drogadição, dentre outros. Tudo isso atravessando a vida profissional, acadêmica e pessoal do indivíduo em questão trazendo problemas e impedimentos diversos.
O tratamento Psicoterápico compreende em ensinar estratégias comportamentais aos pais, ao colégio e à própria pessoa, para controlar aspectos negativos do comportamento que geralmente impactariam negativamente na vida do sujeito afetando a sua vida de uma forma global.
Portanto, faz-se necessário frisar que o TDAH é um Transtorno Psiquiátrico reconhecido como tal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Associação Psiquiátrica Americana(APA). Qualquer outra associação é mera enganação e/ou desconhecimento da fonte vinculadora da informação.
Por Dani Souza
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Em resposta à solicitação do seguidor do blog, Victor. Espero que o post tenha esclarecido algumas de suas dúvidas. Caso não tenha esclarecido coloco-me à disposição para futuros esclarecimentos a respeito do mesmo.