21 outubro, 2012

Ansiedade no Pós-Operatório



A ansiedade por uma questão biológica sempre acompanhou o ser humano ao longo da sua jornada. O que se apresenta de novo na atualidade, são as descobertas que englobam o manejo dos tipos e efeitos da ansiedade sobre a díade (mente-corpo).

Entende-se, portanto, que todo ser humano possui um potencial ansioso de caráter fisiológico que atribui o sentimento de (medo) inerente à todos os tipos e subtipos de ansiedade.

É exatamente neste momento em que o Psicólogo deverá ser capaz de diferenciar causas orgânicas das causas funcionais, pois algumas causas orgânicas podem ser facilmente confundidas com Transtornos Psiquiátricos.

 Em uma avaliação apressada, por exemplo, seria facilmente compreensível que  uma agitação motora fosse interpretada como sinônimo de ansiedade. Há uma ligação lógica mas nem portanto verídica em 100% dos casos.

O hospital, por si só, é um ambiente cujo significado já se encontra "internalizado" por cada um de nós, uma vez que representa um ambiente de dor/sofrimento, perda da autonomia sobre si mesmo e sobre o seu corpo, etc. 

Frente a estas questões tão importante quanto o acompanhamento psicológico no pré-cirúrgico igualmente importante se faz o mesmo no pós-cirúrgico. Uma vez que somos seres dinâmicos e a percepção real do corpo (agora visível, sentido e percebido) como "cortado", "costurado" e "violado" poderá desencadear um turbilhão de emoções que se não forem acompanhadas por um psicólogo poderão cruzar a linha tênue que separa o normal do patológico.
 
E neste campo temos a dimensão multifacetada de vários transtornos que podem existir e/ou coexistir dentro de uma estrutura "saudável" de personalidade que só precisava de um "gatilho" para desencadeá-los como: Transtornos da Alimentação, Transtornos do Humor, Transtornos da Ansiedade e  para encurtar a lista- Transtornos Somatoformes.

Se atualmente você  está passando por uma fase de recuperação pós-cirúrgica ou acompanha um ente querido ou conhecido neste momento de sua vida e percebe que o mesmo vem tendo episódios de oscilação do humor e/ou comportamento como um todo, solicite ajuda do setor de Psicologia em que fora realizada a cirurgia, ou peça um encaminhamento para o setor mais próximo à sua residência. 

Ou se for o caso, há a possibilidade de  contar com os serviços de visita domiciliar conhecido como Home Care. O que importa é dar a devida atenção ao caso que muitas vezes é percebido pela família como "frescura" ou "necessidade de chamar a atenção". Quando na verdade, nada mais é do que um caso real de adaptação que inspira cuidados de um profissional treinado para tal fim. 

Por Dani Souza

16 outubro, 2012

Onicofagia- Um hábito compulsivo!

Em linhas gerais e para facilitar o entendimento, a onicofagia se enquadra dentro de um subtipo do Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Seu curso mascara vários estados emocionais, sua origem é desconhecida. 

Porém, na prática clínica, observa-se tal comportamento acompanhando quadros de ansiedade, baixa auto-estima, estresse, síndrome de burnout, etc. 

Vale ressaltar que "roer" as unhas não é condição primeira para traçar nenhum diagnóstico, é apenas um indício, um sinalizador de que há algo desencadeando e mantendo um quadro ansiogênico no atual momento de vida do indivíduo. 

Tal hábito poderá impactar negativamente em situações como relacionamentos interpessoais em ambientes de trabalho, na auto-estima como citada anteriormente e que faz com que o indivíduo desenvolva estratégias comportamentais a fim de esconder o fato, como: manter as mãos constantemente dentro dos bolsos, sentar sobre as mesmas, manter os braços cruzados com as pontas dos dedos voltadas para dentro, dentre outros.

A Psicoterapia poderá ser útil na detecção do comportamento mantenedor do hábito de roer as unhas e na busca de uma reversão de hábito, na tentativa de substituir o ato de roer por outro hábito mais assertivo. Há casos em que a ansiedade encontra-se tão "arraigada" no comportamento global do indivíduo que estratégias como mascar chicletes quando sentir o impulso de levar  a mão à boca é de extrema utilidade para romper com o comportamento automático de roer as unhas. 

Há indicações de manter as unhas bem lixadas para aparar possíveis "cantos de unha" que se tornam irresistíveis para quem não exita em puxá-las, e de repente, foi-se cantinho, unha, cutícula e abre-se uma canal para infecções e hipersensibilidade local ao toque com produtos químicos, água e no contato direto com objetos. Indica-se fazer as unhas e utilizar bases fortalecedoras que contenham substâncias inibidoras devido ao gosto ruim.

Na grande maioria dos casos observa-se uma remissão espontânea do hábito de roer as unhas quando o indivíduo atinge 18 anos de idade, se tal comportamento foi adquirido desde a infância. Porém, se não foi observado tal critério, tal comportamento poderá se estender na vida adulta podendo causar sofrimento psíquico na pessoa que tende a interpretar tal comportamento como algo que não poderá ser mudado devido às várias tentativas frustradas experimentadas ao longo da vida.

 Condição que poderá ter reforçado no mesmo a sua incapacidade e impotência diante de tal comportamento. Você quer se libertar da onicofagia e não consegue ou já seguiu todas as indicações acima? Busque ajuda de um Psicólogo para te ajudar a entender o que está por trás do hábito de "atacar as unhas" e volte  a se sentir seguro, feliz e capaz de gerenciar a sua vida, sem medo, sem vergonha, sem precisar esconder as mãos.

 Por Dani Souza