04 junho, 2012

Entendendo a Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença crônica e incapacitante que afeta a população mundial. Independe de classe social, gênero e idade. Tem como fator preditivo de sucesso o diagnóstico precoce. Quanto antes for diagnosticado maiores as chances de sucesso no tratamento.

O esquizofrênico pode escutar vozes e acreditar que pessoas estejam controlando os seus pensamentos ou fazendo conspirações contra ele. Tais vivências tendem a ser aterrorizantes e frente ao seu conteúdo podem causar medo, afastamento ou como é comum em alguns casos - agitação extrema.

Tais pessoas podem ter diversos tipos de comportamentos desde aqueles extremamente imóveis onde a pessoa é capaz de ficar na mesma posição por horas. Em outros casos há extrema agitação motora seguida ou não de fala acelerada e sem sentido. Tais comportamentos são responsáveis pelo afastamento repentino do trabalho e nas demais atividades que o indivíduo vinha realizando antes do aparecimento da doença ou do agravamento dos sintomas. 

Há estágios da doença onde a pessoa perde a percepção de higiene e cuidados de si mesma. Podendo ficar dias sem tomar banho, escovar os dentes, pentear os cabelos, etc. O que requer de muitas famílias remanejamento das suas atividades e agendas. Fazendo com que sempre haja alguém responsável pela constante vigilância e cuidado do esquizofrênico dentro de casa.

Acredita-se no valor genético da esquizofrenia. Mas não se pode ignorar o impacto que o ambiente exerce sobre a pessoa acometida pela doença. Um ambiente acolhedor, pronto para manejar e assistir a pessoa na sua integralidade biopsicossocial tenderá a ser mais humanizado e gerador de estabilidade emocional a um ambiente que não oferece as mínimas condições de cuidado e segurança.

O tratamento é feito com medicamentos antipsicóticos a fim de estabilizar as crises. O que dependerá de visitas constantes ao psiquiatra para fazer uma reavaliação do funcionamento global da pessoa e do respectivo comportamento, o que será decisivo para o acompanhamento dos sintomas e será preditor de troca de medicamento, alteração na dosagem, etc.

A ciência não disponibiliza a cura para a esquizofrenia. Conta-se com o empenho de pesquisadores e indústria farmacêutica a fim de acelerar possíveis descobertas de novas drogas que permitam ao esquizofrênico resgatar a sua independência.

 O que observamos na atualidade, é que os medicamentos recentes permitem certo grau de autonomia dentro da comunidades de origem, com pessoas que conhecem o problema e estão aptos a dar suporte, se for necessário. A grande maioria dos esquizofrênicos têm que conviver com algum tipo de sintoma residual para a vida toda. 

Por Dani Souza
                                   
Entrevista no Programa Sem Censura
 Tema: Esquizofrenia- Ana Beatriz Barbosa 
        

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